É bom e altamente recomendável defender suas crenças, sua casa, sua família e o seu país mas passamos dos limites sempre que acrescentamos o sufixo “ismo” a uma idéia. Machismo, Feminismo, Nazismo, a diferença entre eles é apenas o poder de seus representantes. O próprio nazismo tinha em sua essência um ideal virtuoso que desapareceu dando origem a um dos movimentos mais repudiados da história.
Fico, as vezes, observando a deturpação de boas idéias nos dias de hoje. Uma clássica é: “As mulheres são como maçãs nas árvores, as melhores estão no topo...” em principio é uma boa poesia e uma ótima analogia porem, nos dias de hoje, serve de justificativa para a soberba, sem falar que toda situação tem no mínimo dois pontos de vista. Um homem que sobe em uma árvore para pegar uma maçã gosta de maçãs e vai subir sempre, uma mulher que vive por essa filosofia não pode reclamar do seu “alpinista”.
Quem Mexeu No Meu Queijo? Mais uma ótima analogia que, se usada de forma incorreta ou como doutrina pode servir de justificativa para alienados e derrotados. O ponto chave do livro é entender o momento que uma situação muda para que possamos decidir (ou não) mudar com ela. Entendam que no mundo existem dois tipos importantes de pessoas: Pessoas que Fazem e Pessoas que Pensam. Pessoas que fazem constroem normalmente uma vida feliz e são responsáveis por tudo que construímos como civilização, no entanto são as Pessoas que pensam que nos definem como civilização. Quem Mexeu No Meu Queijo? É um livro das Pessoas Que Fazem. Para um individuo prático, não importa o motivo do queijo ter sumido, ele precisa encontrar outro queijo e continuar a sua jornada mas nem todo mundo é prático. Entender o motivo do desaparecimento do queijo não vai te tornar uma pessoa mais feliz mas no futuro, quem sabe, poderá evitar novos desaparecimentos.
Não estou dizendo que você deve ficar lamentando as dificuldades passadas mas as vezes você precisa entender os motivos.
Amadurecer não significa apenas deixar o passado e construir o presente também significa entender o momento certo de deixá-lo e isso não se aprende em livros. Se você abandona uma situação antes do momento certo, você desiste de uma idéia possível (ainda que improvável). A nossa história foi construída por homens que não abandonaram o “impossível”. Nem todos esses homens foram felizes mas tudo na vida tem o seu preço. Não estou dizendo que os ensinamentos do livro estão errados, estou dizendo que não representam uma verdade absoluta. Amadurecer se trata de equilíbrio.
A pior frase já escrita foi: "E eles viveram felizes para sempre". Essa frase é a responsável pela infelicidade de gerações de pessoas dês do momento que foi dita ou publicada. Introduzida em nosso subconsciente em quanto ainda somos crianças essa frase guia as nossas ações pelos anos seguintes de nossas vidas nos levando a crer (de forma inconsciente) que em um dado momento da vida nos tornaremos felizes. A busca de um amor, de um emprego, o fim de uma difícil jornada em fim, toda tribulação terminará em um final feliz. Dedicados a essas busca, esquecemos de ser felizes todos os dias. Não existe final feliz, pra mim todo fim é triste (claro que isso é uma opinião bem pessoal) mas pra mim todo fim é triste. Fechamos os olhos e jamais tornamos a abri-los e até que esse dia chegue, precisamos nos dedicar a felicidade, veja bem que não estou falando de se dedicar a busca da felicidade e sim a felicidade de todos os momentos. “cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz.”
Outra boa idéia que perdeu o sentido foi o “eu te amo” esse sim se meteu em uma confusão de “istas” dos infernos. Primeiro, década de 60..70, faça amor, não faça guerra, paz e amor etc uma serie de “amantes da paz” com boas intenções acabou popularizando demais o amor e se você navega constantemente na Internet certamente já viu o legado dessa filosofia. Não critico os hippies, entupidos de ácido eles realmente amavam tudo, de pedras a flores mas os “amantes” internautas de hoje passam a usar essa expressão como bom dia sem se ater ao real significado da frase, eu te amo. Em contrapartida logo surgiram os “anti-amantes” que guardam a frase “eu te amo” como se fosse a ultima coca-cola gelada no deserto. Esperam para usar a frase com a pessoa certa, na hora certa no momento cabalístico adequando quando os astros se alinharem e... puf!! O mundo acabou!! Esses “guardiões do amor” nem chegaram a compreendê-lo.
Equilíbrio. Você não precisa dizer “eu te amo” sempre mas precisa dizer sempre que for sincero. Para um namorado, para um familiar, para um amigo e para o seu cachorro, pq não? Falar com seu cachorro não é loucura, loucura é ouvi-lo responder. Toda criatura é digna do amor.
Você não deve esperar nem um momento especial ou uma pessoa especial para dizer o quanto você a ama. Toda pessoa que você gosta e todos os momentos podem ser especiais.
Dizer “eu te amo” mais vezes não desvaloriza o amor, não o torna menor e te torna maior.
A questão não é a expressão, são os teus sentimentos. Diga mais vezes eu te amo e para que não fique vulgar, faça ser sincero pois isso só depende de você.
Somos acostumados a ver o amor em um homem que arrisca a vida para salvar uma garota mas dividir o refrigerante com um amigo, também é amor. Amor é abnegação.
O amor não é pra ser flor rara no topo da montanha, é pra ser a flor do campo e quem acredita que isso torna o amor menor e menos valoroso, precisa saber o que é o amor.
(A.M. Ferreira)
é, eu sou muito a favor do live and let die. Viva e deixe "morrer", faz o que tu queres é lei pra mim (isso é dificil as vezes).
ResponderExcluirSobre o amor..
...ahh... vamos beber.
O equilíbrio é muito difícil. Em algum momento a balança pesa demais pra algum lado, ou porque está 'cheia' ou porque esta 'vazia'. Ser sincero com seus sentimentos é muito fácil, difícil é manter essa sinceridade quando outros boicotam o que você sente. Tudo o que é muito, é ruim, tudo o que é pouco é péssimo, mas tudo o que é medido nem sempre é verdadeiro...
ResponderExcluireu sempre sofri muito com as pessoas que estavam a minha volta , hj tentando chegar a um equilibrio, vejo que posso viver muito melhor do que antes ...Não precisamos ser calculistas para chegar a um equilibrio, acredito que isso envolva muito mais maturidade do que espontaneidade ....quando nos privamos de falar, tocar, acenar e muito mais estamos ponderando o que é melhor para gente !!!
ResponderExcluirNem sempre agindo com bondade no coração pode nos trazer paz para a nossa vida !!!!
Hoje me sinto muito realizada em varios setores de minha vida justamente por causa do equilíbrio, não que eu o tenha , mas só o fato da minha balança não estar mais com aquela diferença gritante entre os dois lados a felicidade flue muita mais facilmente ....
Parabéns pelo seu blog..... adoro o jeito discontraído que escreve .... muito me diverte ....bjinhuss
A meu ver o amadurecimento, que talvez seja a parte central de todo esta texto, afinal seria com o amadurecimento que poderíamos conseguir identificar nossas reais necessidades e assim projetar exatamente o que as saciará sem nos prejudicarmos com o excesso, no que se daria o equilíbrio, é uma junção entre a capacidade de vivenciar, observar, discernir e efetivamente tomar uma atitude prática.
ResponderExcluirNão acredito que exista felicidade o amor, ambas as coisas são roupagens que as pessoas dão aos seus desejos quando querem separa-los entre “bom e ruim”. Ou seja, aquele desejo de ter a pessoa, quando ‘bom” é amor. Quando ruim poderia ser sentimento de posse. Mas é importante observar que a raiz não se modificou. E não concordo em momento algum que amor seja abnegação, as pessoas sempre se movem por um interesse, ainda que seja o “bilhete dourado” no fim da vida.
E imaginando exatamente uma to real de abnegação, realmente não vejo com bons olhos, em função da pessoa ter que se colocar tão aquém de si que o outro lhe seja mais. Mas é apenas uma opinião contrária, o que existe para nos fazer refletir e ir adiante.
Eu duvido de um amor que serve ao amante. Pra mim, o amor serve ao amado e com isso serve aos dois. Um amor que serve ao amante não sobrevive pois os sentimentos do amado não podem ser controlados já os nossos, depende de cada um. A única forma de ter um amor verdadeiro é fazer a sua parte sem se preocupar e sem se importar se o amado fará a parte dele e isso é abnegação. O amor que sucumbe a vaidade não é amor. Ciúme, cobrança e desejo são armadilhas da vaidade.
ResponderExcluirEu duvido de qualquer amor! Claro que é uma opinião absolutamente pessoal, aliás, todo o tema e muito pessoal. Mas realmente duvido de qualquer amor, bem como de qualquer tipo de felicidade. Quando investigamos estes dois "sentimentos" (ou seus opostos) sempre chegamos a um tipo de necessidade, ou algum tipo de desejo humano. E o nome atribuído ao desejo se modifica em função da posição sócio-cultural que se dará ao desejo e de como ele é tratado.
ResponderExcluirA abnegação também não é algo que eu veja com bons olhos. Apesar de ter uma teoria realmente interessante, penso que se há algum interesse na pessoa, qualquer que seja, não há como ser "abnegação". E se imaginamos uma pessoa sem interesse algum, não há motivos para existir "abnegação".
É um tema pessoal sim, mas interessante de se debater justamente para observar as concepções contrárias. :c)