quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O Cosmonauta




Esses dias, vendo um show de comédia stand up onde o humorista falava da inutilidade de um alpinista que arrisca a vida subindo em uma montanha e depois nem lembra do que se passou lá em cima de tão rarefeito que é o ar daquela altitude me dei conta de uma série de profissões estranhas e situações profissionais no mínimo curiosas. Uma coisa que não entendo é o Servidor Público, na verdade, o que faz um servidor público? Ele serve, ao público mas o caso é, que tipo de serviço ele realmente faz? Tenho pra mim que os Servidores Públicos fazem parte de um grupo restrito tipo os Illuminati ou a Maçonaria. Vocês já perceberam o que uma pessoa precisa passar pra se tornar um Servidor Público?

As provas pra se tornar um Servidor Público, e a peneira usada para escolher os candidatos não deixam nada a desejar às universidades mais rigorosas do país. Muitos candidatos passam anos estudando com dedicação para conseguir uma vaga que muitas vezes vão assumir apenas em três ou quatro anos. Quando finalmente, depois de muito esforço, estudo e dedicação o candidato assume o cargo ele está pronto para participar das pesquisas mais avançadas e... ele vai separar e carimbar papeis?

Com todo respeito ao trabalho dos Servidores Públicos mas não é a toa que eles não tem muita motivação para o trabalho.

Existe ainda um profissional mais difícil de entender que o Servidor Público, o cosmonauta que antigamente era chamado de astronauta. Esse sim, é um cara que eu não entendo.

O cosmonauta não é um cara comum, ele é quase um super-herói, não pode ter deficiência visual ou de qualquer tipo, é escolhido entre os homens mais inteligentes do mundo e tem níveis de habilidades excepcionais sendo capaz de desarmar uma bomba nuclear e operar o cérebro de uma pessoa ao mesmo tempo. É um orgulho para qualquer nação ter ao menos um cosmonauta em seu quadro de heróis nacionais. Diante desse semideus você imagina que ele irá fazer alguma coisa inteligente e muito importante para toda a humanidade como achar a cura do câncer ou uma coisa parecida mas não, colocam esse ser evoluído em um tubo de metal com dezenas de metros de altura, enchem de combustível altamente inflamável, explodem aquela merda o arremessando para fora do planeta à uma velocidade e uma aceleração que fazem um fórmula 1 parecer uma tartaruga. Você já parou para se perguntar se o cara que projetou o foguete já subiu em algum? Se, e somente se, o cosmonauta sobreviver a isso tudo, ele passa dias sem uma boa comida, bebendo a própria urina, em um lugar sem ar, onde a temperatura é de quase 300oC negativos e expostos a radiação solar e tudo isso por quê?

Antigamente esses caras iam até a Lua que já não é dos melhores lugares pra se visitar, não é como ir a Disney ou Bariloche, a Lua é um dos lugares mais inóspitos conhecido pelo homem mas ao menos, ir até lá, tinha um objetivo, um propósito: o de chegar em algum lugar. Mas não nos dias de hoje. Hoje os cosmonautas dão umas voltas lá por cima, não falam com Deus, não plantam uma árvore, não tapam os buracos da camada de ozônio, não pegam carona numa calda de cometa, nada disso, e alguns ainda retornam a terra, envolvidos em uma bola de fogo, as vezes dentro de uma cápsula que de tão minúscula quase não se pode respirar até se espatifarem na água. E esses caras são os mais inteligentes da terra? Um cara desses deve ter o Q.I  de um milhão pra ver lógica nisso tudo e é interessante que ainda tem gente que acha que andar de moto é burrice.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Releitura: Borgs e Zumbis


"Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma." A leis de Lavoisier da conservação na matéria pode ser aplicada não só nos experimentos químicos mas seu conceito filosófico pode ser aplicado em praticamente tudo na vida, do laboratório às telas de cinema.

Em 1968, George Romero lança um marco nos filmes de terror imortalizando os zumbis na tela com o filme A Noite dos Mortos Vivos (Night of the Living Dead). Na verdade, o próprio Romero, conhecido por alguns como o criador dos filmes de zumbi, não criou realmente essas criaturas mas antes deles, os zumbis descritos eram escravos, pessoas com a alma aprisionada que se destinavam principalmente a servir a um feiticeiro. Romero foi quem transformou os zumbis em astros dos filmes de terror.

A herança de Romero, desenvolvida nas décadas de 70 e 80 originaram nossa atual visão desses mortos vivos: seres que foram humanos mas agora atendem a uma necessidade maior, imparciais, desengonçados, normalmente lentos, quase imortais sendo criados pela contaminação de humanos normalmente através de uma mordida.

No final da década de 70 até o início década de 80 com os filmes de terror em alta, vampiros, lobisomens e principalmente zumbis dominavam as telas de cinema mas seu reinado começaria a enfraquecer no final da década de 80 quando toda tecnologia se voltava aos efeitos especiais invadindo os cinemas com os filmes de ficção como das franquias Alien e Predador.

Alien (1979) trouxe um novo panorama para os filmes de terror apresentando a criatura como um extraterrestre, totalmente embasado pela ciência e não uma criatura sobrenatural como os zumbis. Essa visão seria explorada principalmente no final da década de 80 e início da de 90 quando a ciência parecia explicar tudo.

Nessa época os roteiristas de Star Trek: The Next Generation introduzem no cenário de ficção uma releitura dos zumbis de Romero. O episódio Q Who apresenta aos fãs da série a raça Borg trazendo à Star Trek uma atmosfera mais sinistra e claustrofóbica.




Assim como os zumbis, os Borgs eram humanos que foram transformados, assimilados pela por uma consciência maior. São lentos e individualmente, tirando o controle da rainha Borg, não são muito inteligentes.

Os Borgs se espalham por uma sociedade assim como os zumbis e embora existam diferenças entre as duas mitologias o suficiente para que os Borgs não sejam vistos imediatamente como zumbis, para um olhar mais crítico e atento, não há como não comparar as duas criaturas.




Os Borgs foram uma jogada de mestre dos roteiristas de Star Trek, pegaram uma fórmula que funcionava a décadas e deram uma nova roupagem acrescentando e melhorando características ao ponto de tornar os Borgs uma das raças mais importantes dessa franquia.

Pessoalmente, depois dos Vulcanos, os Borgs são a raça mais gosto em Star Trek mas é impossível não perceber que essa magnífica raça não surgiu do nada. Os Borgs, criados em 1989 tem sem dúvida a influencia de uma mitologia criada por Romero em 1968, atmosfera claustrofóbica de Alien (1979), o visual punk de Hellraiser (1987) e quando olhamos para o Cubo Borg, como não lembrar da Estrela da Morte de Star Wars (1977). 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Essas Famosas Coadjuvantes: Julia Barth



Todo mundo já viu em uma ou outra cena, uma atriz ou ator coadjuvantes que mesmo com uma pequena participação, acaba ofuscando os personagens principais da trama. Seja por um excesso de talento, um carisma excepcional ou apenas por ser seu ator favorito o coadjuvante que consegue essa façanha, na mente do público, acaba sendo eternizado em quanto os protagonistas se perdem no tempo.

Inaugurando um novo tipo de postagem no Café Com Absinto vamos dar o devido reconhecimento à essas personalidades que emprestam o seu brilho às cenas sem se preocupar com o tamanho ou importância do seu personagem.
No filme, Houve Uma Vez Dois Verões, Julia Barth aparece por apenas alguns minutos, no papel de Carmem, em duas rápidas cenas e deixa um gostinho de quero mais e uma grande dúvida no ar: O que é que a prima do Cabeça faz por R$ 150,00?

Julia também faz pontas em outros filmes como no curta Ilha das Flores (1989) onde, por alguns segundos, apareceu como filha de Dona Anete, uma personagem de maior destaque.


Júlia Barth na banda de punk rock Replicantes, nome em homenagem ao filme Blade Runner de 1982


Júlia nasceu no Rio Grande do Sul em 1982, pisciana, é filha da figurinista Rô Cortinhas e do diretor de arte Fiapo Barth, se dedica a música e em especial ao punk rock e rock alternativo participando como vocalista de duas bandas Alcalóides e Replicantes.


Júlia Barth como Carmem em Houve Uma Vez Dois Verões e como Linda em Sal de Prata


Atriz, DJ, vocalista de banda e produtora, Julia não para e sempre aparece na tela, Julia não passar desapercebida e garante um toque especial a cena, seja como a ruiva de Houve Uma Vez Dois Verões ou como a morena de Sal de Prata.

Obs: Se algum dia a Júlia Barth ler esse poste, por favor, esclareça o que a prima do Cabeça faz por R$ 150,00.





sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Certo Por Linhas Tortas



É como ficar esperando, cartas que nunca vão chegar. Não vão chegar com “x” nem vão chegar com “ch”. (Às Vezes Nunca - Engenheiros do Hawaii)

O Português é super valorizado, sempre acreditei que a coerência, ao escrever, tivesse importância bem maior que a forma como se escreve. Entendam que não aprovo a ignorância, mas acredito que se deve dar o devido valor às coisas.

Nesse onda de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que promete modificar em poucos anos uma cultura de décadas eu me pergunto: E daí? E o Kiko? O principal objetivo de um idioma é a comunicação e tendo isso em vista, normas de ortografia são apenas orientações ou sugestões e não leis inexoráveis. Funcionam para mostrar a direção, mas não obrigatoriamente devem dizer como você deve segui-la, o importante é se fazer entender.

É muito bonito português culto mas uma pessoa, por mais letrada que seja, que não sabe se comunicar é como um estudioso de latim. Culto e inútil.
Na juventude, lembro de preferir Vinicius de Morais a Camões, pois Vinícius sempre escreveu de uma forma mais clara. Quem é um comunicador melhor? É verdade que a cada geração, perdemos cultura ao escrever mas me pergunto até onde isso é um real problema? Meu sobrinho, hoje, é muito mais eficientes em comunicar-se que minha mãe e raramente eu o vejo escrever palavras inteiras. “vc”, “pq”, “blz” são grafias novas de velhas idéias e não faz diferença se são apoiadas pelo novo Acordo Ortográfico. Essas grafias fazem parte da comunicação nos dias de hoje e em parte são responsáveis pela velocidades com que a informação se propaga.

Embora a poesia e a literatura em geral sejam expressões artísticas, a Língua Portuguesa não é uma arte, é uma ferramenta e como ferramenta deve adequar-se às necessidades de cada usuário ou ao menos de cada grupo de usuários.

Imagine que você está em um avião e o piloto avisa pelo interfone que você deve pegar o pára-quedas, no armário, e pular pois o avião irá cair em alguns minutos. Você corre até o armário e encontra uma mochila com a etiqueta: PARAQUEDAS. Pronto, fodeu!!! Você vai morrer porque não achou o pára-quedas? Eu não vou!! pode estar escrito PARAQEDAZ que eu pego e pulo com ele.

Por fim, isso não é uma critica ao português, às pessoas que escrevem corretamente e nem aos professores e estudiosos da língua portuguesa e sim a sua super valorização... no fim!! besteira!!

“Que não vai S na cebola e não vai S em feliz, que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X, acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz” (Zaluzejo - Teatro Mágico)